A Rússia entregou, nesta segunda-feira (2), um memorando detalhado à Ucrânia, contendo sua proposta de cessar-fogo na guerra entre os dois países e delineando os termos de Moscou para um cessar-fogo total.

O assessor do Kremlin, Vladimir Medinsky, disse a repórteres que o documento contém duas partes: a primeira trata de como alcançar uma paz realmente duradoura; a segunda trata das medidas a serem tomadas para tornar possível um cessar-fogo completo, segundo informações da agência de notícias russa Interfax.

Leia mais: Rússia e Ucrânia fazem nova rodada de negociações na Turquia

Medinsky afirmou que os ucranianos levaram o documento para análise e que enviarão sua resposta em uma semana. Ele também declarou que a Rússia sugeriu um cessar-fogo de dois a três dias em determinadas áreas do conflito.

Negociadores dos dois países se reuniram novamente nesta segunda-feira, em Istambul, na Turquia, para uma segunda rodada de negociações diretas, com o objetivo de alcançar um possível acordo de paz e encerrar a guerra, iniciada em fevereiro de 2022.

Apesar da expectativa de avanços, o encontro terminou sem grandes resultados. Em meio à intensificação dos ataques militares, ambos os lados concordaram com a liberação de todos os capturados com até 25 anos de idade, gravemente feridos ou doentes, além da troca de aproximadamente 6 mil prisioneiros de guerra e de corpos de soldados.

Leia mais: FBI investiga ataque no Colorado que deixou oito feridos em caminhada pela memória dos reféns israelenses

Segundo informações das agências de notícias russas Tass e do portal g1, entre as medidas descritas no memorando russo para o fim da guerra estão alguns dos seguintes pontos:

- Reconhecimento internacional da Crimeia, Donbass e Novorossiya como parte da Rússia — atualmente essas regiões estão ocupadas pelas tropas russas e correspondem a cerca de 20% do território da Ucrânia.

- Proibição de que a Ucrânia possua armas nucleares ou abrigue esse tipo de armamento em seu território.

- Exclusão da presença militar de países terceiros em território ucraniano e interrupção da participação de especialistas estrangeiros em operações militares ao lado da Ucrânia.

De acordo com o líder da delegação ucraniana, o ministro da Defesa Rustem Umerov, os dois países concordaram em voltar a se reunir no fim de junho para uma terceira rodada de negociações, entre os dias 20 e 30.