A greve de fome iniciada pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) chegou ao fim na quinta-feira (17) após um acordo ser estabelecido com o presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB).
O trato, segundo Motta, também foi debatido com a esposa do político, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Lindbergh Farias, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro.
"Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não iremos submeter o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias, para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo", esclarece.
O acusado, por sua vez, agradeceu em uma entrevista o apoio de movimentos sociais e disse que, apesar de suspender a greve de fome, continuará a “luta contra o Orçamento Secreto”.
“Estou suspendendo essa greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o Orçamento Secreto. Não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, contra a responsabilização dos assassinos de Marielle, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão, não estamos suspendendo o conjunto das nossas lutas”, expõe.
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Braga parou de se alimentar há uma semana em protesto ao avanço de um processo apresentado pelo Partido Novo em abril de 2024 e que pode cassar o mandato dele. O relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) foi aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados no dia 9 de abril.
A palavra final sobre o futuro do parlamentar, no entanto, cabe ao plenário da Casa, mas antes disso o envolvido pode apresentar recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Entenda o caso
O Partido Novo afirma que Braga quebrou o decoro parlamentar ao expulsar, aos chutes e empurrões, o membro do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro do interior da Câmara dos Deputados em 2024.
O político justifica a ação dizendo que o militante do MBL teria ofendido a honra de sua mãe, que veio a falecer poucas semanas após o tumulto. A discussão entre os dois, no entanto, não terminou depois dele expulsá-lo do local, seguindo para a parte exterior. A confusão, inclusive, precisou ser apartada por policiais legislativos, que levaram os dois para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol).
No local, de acordo com material levantado pelo conselho, o parlamentar ou a discutir com o também deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do MBL e que havia se dirigido ao local para acompanhar o militante.
A sigla sustenta que, neste momento, o deputado paulista também teria sido agredido, o que ele, por sua vez, negou em depoimento ao Conselho de Ética. Mas o relator, em seu parecer, concluiu que houve agressão.
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