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Há pelo menos 120 gravações de “Pulcinella”, de Igor Stravinsky, em forma de suíte. Poucas, entretanto, incluem as partes cantadas da obra original. “Sempre fui atraído por obras que se tornaram muito populares na forma de suíte orquestral, mas que raramente são tocadas em sua versão original completa”, escreve o maestro espanhol Gustavo Gimeno no encarte do CD desta semana na Cultura FM. Nascido em Valencia 48 anos atrás e atual titular da Filarmônica de Luxemburgo e da Orquestra Sinfônica de Toronto, ele prefere, no entanto, executá-las na íntegra, em sua versão original.
É o caso desta primorosa leitura de “Pulcinella”, incluindo as partes vocais. É a primeira de registros que marcam os 101 anos da orquestra canadense. “Pulcinella” também abre as comemorações porque em 1967 o próprio Stravinsky regeu esta orquestra numa apresentação da suíte orquestral em maio de 1967. “Foi sua última aparição pública como maestro”, segundo Gimeno. No original, o balé em ato único estreado em Paris em 1920 pelos Balés Russos, prevê 13 bailarinos-mímicos e três cantores. Os cenários e figurinos ficaram a cargo de Picasso.A bela versão aqui gravada inclui, portanto, as partes cantadas pela mezzo-soprano Isabel Leonard, o tenor Paul Appleby e o baixo Derek Welton.
Inaugura a fase neoclássica do compositor russo, que se baseou em fragmentos musicais e peças de Pergolesi, um dos maiores compositores napolitanos do século 18, para compor uma comedia dell’arte “fake”, si diria hoje em dia. Pastiche, costuma-se dizer em música. Dois anos depois Stravinsky preparou uma suíte orquestral.
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