Ouça o décimo terceiro programa completo:
Nestas semanas em que reverenciamos o teatro e a orquestra sinfônica como organismos artificiosos e artificiais, o ator e o músico como exemplares da operação desses conjuntos maravilhosamente inanimados: a máscara da personagem e os instrumentos musicais, encontramos no Bruxo do Cosme Velho – apelido dado a Machado de Assis por Carlos Drummond de Andrade -, o modelo ideal de celebração tanto da música quanto das artes dramáticas.
Grande romancista brasileiro que nasce na corte imperial em 1839, Machado de Assis a toda sua vida na metrópole carioca, com curta estada em Petrópolis e em Nova Friburgo, e vem a falecer no bairro do Cosme Velho, em setembro de 1908, viúvo da portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, e sem filhos. Machado, como todo grande criador, foi ao mesmo tempo expressão de sua época e exceção a ela. Pelo estudo de sua vida e obra podemos conhecer melhor o Rio de Janeiro e o Brasil da segunda metade do século XIX e observar como ele, o autor, foi diferente dos contemporâneos. Machado enfrentou vários preconceitos: o racial por ser um homem negro que viveu 49 dos 69 anos em um país escravocrata, o preconceito social como um epilético de origem muito pobre e que tinha grandes ambições literárias, e o preconceito intelectual como escritor que adotou uma linguagem concisa e cristalina, rejeitou o otimismo e a religião e jamais aderiu a modas estéticas. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro e Quincas Borba são alguns de seus romances memoráveis, sem contar a imensa produção de contos que nos legou preciosidades de igual valor. Na narrativa curta, destacam-se O Alienista, O Espelho, Teoria do Medalhão dentre outros.
A Grande Orquestra do Mundo, com apresentação do ator e radialista Chico Carvalho vai ao ar todo domingo, às 14h, na Cultura FM e no aplicativo Cultura Digital.
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