Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos 28385v

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A companhia aérea Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, por meio do Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, encerrando meses de incerteza e forte pressão financeira.

A medida visa reestruturar sua dívida e reforçar a liquidez, permitindo que a empresa continue operando normalmente durante o processo.

O anúncio provocou forte reação no mercado. As ações da Azul listadas em Nova York chegaram a cair até 40% antes da abertura dos mercados norte-americanos.

Segundo a empresa, o processo é apoiado por seus principais credores, pela arrendadora de aeronaves AerCap e pelos parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines. O plano prevê a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas, além de um financiamento de US$ 1,6 bilhão na modalidade “debtor-in-possession” (DIP), que servirá para refinanciar parte dos débitos e injetar cerca de US$ 670 milhões em nova liquidez.

John Rodgerson, CEO da Azul, afirma que a empresa pretende concluir a recuperação até o fim deste ano. “A saída, às vezes, é a parte mais difícil deste processo. Por isso, já estamos entrando com a saída em mente e com o financiamento garantido”.

Além disso, destaca que os desafios financeiros foram agravados pelos impactos da pandemia de Covid-19, pela desvalorização do real e por problemas na cadeia global de suprimentos, que afetaram entregas de aeronaves e manutenção da frota. “O que eu costumava pagar em juros em 2019 aumentou 10 vezes com uma moeda 50% mais fraca”, expõe.

Apesar do pedido de recuperação judicial nos EUA, a Azul garantiu que suas operações seguem normalmente, incluindo voos, reservas e atendimento aos clientes.

A companhia se junta a outras empresas aéreas da América Latina que recorreram ao Capítulo 11 nos últimos anos, como Aeroméxico, Avianca, Gol e Latam, todas pressionadas pelo alto endividamento no período pós-pandemia.