O número de trabalhadores domésticos com carteira assinada no Brasil caiu 18,1% entre 2015 e 2024. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo a pesquisa, o país registrava 1.640.609 vínculos formais no trabalho doméstico em 2015. Já em 2024, os dados revelam que o número caiu para 1.343.787, uma redução de quase 300 mil postos de trabalho.
A queda foi observada em praticamente todas as Unidades da Federação, com exceção de Roraima, Tocantins e Mato Grosso. Os maiores recuos foram identificados no Rio Grande do Sul (-27,1%), Rio de Janeiro (-26,1%) e São Paulo (-21,7%).
Além disso, o estudo mostra que a maior parte das trabalhadoras formais atua como empregada doméstica nos serviços gerais (76,8%). Em seguida, vêm as babás (9,1%) e cuidadoras de idosos (5,8%).
De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, “é fundamental desenvolver ações que incentivem a formalização e, ao mesmo tempo, promovam a conscientização sobre a importância da contribuição previdenciária, para que as trabalhadoras não formalizadas também possam ter o a direitos como a aposentadoria no futuro”.
Para a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, a pesquisa representa um avanço significativo na compreensão das dinâmicas do trabalho doméstico formal no Brasil.
Recorte por gênero e raça
O levantamento aponta ainda que o trabalho doméstico formal continua sendo majoritariamente ocupado por mulheres, que representaram 89% dos vínculos em 2024.
No entanto, também houve uma redução de 19,6% no período analisado. Já os homens registraram uma queda de apenas 3,5%.
Cerca de 54,4% dos vínculos formais são ocupados por pessoas negras (pretas e pardas), porcentagem que se manteve estável no período analisado.
Idade
O Ministério ressalta ainda que houve um envelhecimento dos trabalhadores domésticos. Em 2024, 45% dos trabalhadores e trabalhadoras domésticas formais tinham 50 anos ou mais.
Por sua vez, as faixas etárias mais jovens (entre 18 e 39 anos) apresentaram quedas, com destaque para público de 30 a 39 anos, que caiu 47,3%.
Escolaridade
O número de pessoas com ensino médio completo cresceu de 28,5% em 2015 para 40,9% em 2024. Também foi registrado melhora nos índices de trabalhadores com ensino superior completo (+70,8%) e redução significativa entre aquelas sem formação (-46,8%).
Jornada de trabalho
Cerca de 67,7% das pessoas trabalham mais de 40 horas semanais. A remuneração média mensal aumentou 6,7% no período, ando de R$ 1.758,68 para R$ 1.875,94.
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