Morreu nesta terça-feira (13) o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, aos 89 anos. O líder político lutava contra um câncer no esôfogo desde 2024.
A esposa de Mujica, Lucía Topolansky, disse nessa segunda-feira (12) ao jornal La Diaria que o uruguaio estava em estado terminal e sob cuidados paliativos.
Causa da morte
Após ser diagnosticado com câncer de esôfago, Mujica ou por sessões de radioterapia e, desde então, foi internado diversas vezes devido a complicações do tratamento, o que dificultou sua alimentação e hidratação.
Quando descobriu o câncer, ele explicou que sofre de uma doença imunológica há mais de 20 anos que afetou, entre outras coisas, seus rins, o que gerava complicações no tratamento.
Em setembro, ele ou por uma cirurgia para garantir que pudesse comer com segurança. Na época, a equipe médica anunciou que a doença estava em remissão.
No início de 2025, Mujica declarou em entrevista para o jornal local Búsqueda que o câncer havia se espalhado pelo seu corpo. "O câncer no meu esôfago está se espalhando para o meu fígado. Não consigo pará-lo com nada. Por quê? Porque sou um homem velho e porque tenho duas doenças crônicas. Não posso fazer nem um tratamento bioquímico, nem uma cirurgia porque meu o corpo não aguenta".
Apesar de ter se aposentado do Senado e da política em 2020, o líder político nunca deixou de advogar pelas causas que defende e, após alguns meses de reclusão, participou ativamente do processo eleitoral no Uruguai, em outubro e novembro do ano ado, que culminou na eleição de seu partido político, com Yamandú Orsi como o novo presidente. Durante a campanha, Mujica afirmou que poderia ser seu último voto.
Trajetória política
José “Pepe” Mujica é uma das principais figuras da política uruguaia, que alcançou destaque internacional por seu estilo descontraído e pé no chão.
O político foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, quando ou o cargo para Tabaré Vázquez, seu correligionário. Desde então, ele foi eleito duas vezes para o Senado, mas deixou o cargo definitivamente em 2020. Na época, ele afirmou que a pandemia da Covid-19 influenciou diretamente a sua decisão.
Antes de ingressar na política institucional, ele integrou o Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, atuando em operações de guerrilha contra a ditadura que governava o país.
Por sua atuação como guerrilheiro, Mujica foi detido diversas vezes e torturado. Ao todo, ele ou quase 15 anos da sua vida na prisão.
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