O Brasil subiu cinco posições no ranking global de desenvolvimento humano em 2023, alcançando o 84º lugar, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (6) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
No ano anterior, o país ocupava a 89ª posição. O avanço se deu principalmente pelos ganhos nas áreas de renda e saúde, embora a educação continue sem evolução significativa.
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O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro chegou a 0,786, superando a média da América Latina e Caribe, de 0,783. O resultado coloca o país no grupo de alto desenvolvimento humano, de acordo com os critérios da ONU. O índice considera três pilares: expectativa de vida, escolaridade e renda per capita ajustada pela paridade do poder de compra.
A renda per capita ou de US$ 17.594, em 2022, para US$ 18.011 no ano seguinte. O crescimento reflete a recuperação do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego em patamar historicamente baixo e o impacto positivo de políticas sociais como o Bolsa Família. Já a expectativa de vida ao nascer voltou a subir, alcançando 75,85 anos em 2023, após recuar para 73 anos durante o pico da pandemia de Covid-19. Em 2020, era de 74,5 anos.
Apesar do avanço, o Brasil permanece atrás de vizinhos sul-americanos como Chile (45º), Argentina (47º), Uruguai (48º), Peru (79º) e Colômbia (83º). O ranking global é liderado pela Islândia (0,972), seguida por Noruega e Suíça (ambas com 0,970). Na outra extremidade, o Sudão do Sul tem o menor IDH, de 0,388.
O relatório também destaca uma desaceleração no crescimento global do IDH, considerada a menor em 35 anos de existência do índice, com exceção dos anos de pandemia. Segundo o Pnud, esse cenário é agravado por conflitos geopolíticos, tensões comerciais e crises econômicas. A expectativa de vida, por exemplo, que antes da pandemia crescia em média três meses por ano, teve seu ritmo cortado pela metade em 2022 e 2023.
Outro ponto abordado é o papel da inteligência artificial no futuro do desenvolvimento. Uma pesquisa feita em 21 países mostrou que cerca de 20% das pessoas já utilizam a tecnologia, e 60% acreditam que ela poderá trazer impactos positivos ao criar novas oportunidades, especialmente em países com baixo ou médio IDH. O Pnud defende que a IA seja usada de forma complementar às habilidades humanas, com foco em políticas que priorizem o bem-estar das pessoas.
A ONU alerta ainda para o aumento da desigualdade entre os países. Segundo o relatório, pela quarta vez consecutiva, cresce a distância entre as nações com IDH mais alto e aquelas com os menores índices. A combinação de tensões globais, estagnação econômica, aumento da dívida pública e transformações no mercado de trabalho são apontadas como entraves ao progresso.
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